quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Humanismo

O Humanismo pode ser definido como um conjunto de ideais e princípios que valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade, etc). Para os humanistas, os seres humanos são os responsáveis pela criação e desenvolvimento destes valores. Desta forma, o pensamento humanista entra em contradição com o pensamento religioso que afirma que Deus é o criador destes valores.

Surgimento e desenvolvimento 
O humanismo se desenvolveu e se manifestou em vários momentos da história e em vários campos do conhecimento e das artes. 
Humanismo na antiguidade clássica (Grécia e Roma): manifestou-se principalmente na filosofia e nas artes plásticas. As obras de arte, por exemplo, valorizavam muito o corpo humano e os sentimentos.
Humanismo no Renascimento: nos séculos XV e XVI, os escritores e artistas plásticos renascentistas resgataram os valores humanistas da cultura greco-romana. O antropocentrismo (homem é o centro de tudo) norteou o desenvolvimento intelectual e artístico desta fase.
Positivismo: desenvolveu-se na segunda metade do século XIX. Valorizava o pensamento científico, destacando-o como única forma de progresso. Teve em Auguste Comte seu principal idealizador.

 Humanismo: valorização das ações humanas no desenvolvimento dos valores morais

Absolutismo

Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do Antigo Regime (séc. XVI ao XVIII).
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.
Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.
Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.

Exemplos de alguns reis deste período :
Henrique VIII - Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII
Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII
Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.

Teóricos do Absolutismo:Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. 

Jacques Bossuet : para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes. 
Nicolau Maquiavel : Escreveu um livro, " O Príncipe",  onde defendia o poder dos reis. De acordo com as ideias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase : " Os fins justificam os meios."
Thomas Hobbes : Este pensador inglês, autor do livro " O Leviatã ", defendia a ideia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes.

Mercantilismo: a prática econômica do absolutismo
Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial, Balança Comercial Favorável. 

Reforma e Contra-Reforma

O porquê:
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).

- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica.


No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.

A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. 
Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não só defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.

A Reforma Calvinista
João Calvino - reforma religiosa na França 
João Calvino: reforma na França 

A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.

A Contra-Reforma Católica
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido: 
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;

Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.

Curiosidade:
- É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg (Alemanha).

Renascimento Científico

Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária ideia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Galileu Galilei: um dos principais representantes do Renascimento Científico
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a ideia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galilei fosse perseguido, preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta ideia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas ideias para fugir da fogueira. A invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenbergem 1439, revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A invenção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no Renascimento.

Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:

- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento.
Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.


- Fra Angelico (1395 - 1455) - pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, altares e afrescos. Obras principais: A coração da virgem, A Anunciação e Adoração dos Magos.



- Michelangelo Buonarroti (1475-1564) - destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).


- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).


- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.


- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.


- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.


- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.


- Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi: O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Renascimento

O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se destacou e surgiu na passagem da Idade Média para a Moderna (séc. XV e XVI).

Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI (16), mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt “A cultura do Renascimento na Itália” (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.


Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem  pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.

        As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza de detalhes e a reprodução de traços humanos.


Características Principais: 

- Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
- As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);
- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Um pouco da Literatura Medieval

Durante a Idade Média, a produção literária esteve claramente vinculada aos processos de ordem política e social da época. Em meio às invasões bárbaras, ocorreu um processo de ruralização da sociedade que dificultou a produção literária entre os séculos V e X. De fato, a grande parte da população medieval não tinha acesso aos livros e nem sequer dominava a escrita de algum idioma.

Atingindo a Baixa Idade Média, podemos ver uma transformação muito interessante na literatura europeia. As línguas nacionais (também conhecidas como línguas vulgares) começaram a quebrar o monopólio que o latim exercia na maioria dos documentos escritos. A poesia épica, marcada pela temática militar, descrevia a coragem dos nobres cavaleiros. “Poema do Cid”, “Canção dos Nibelungos” e “Canção de Rolando” são alguns dos mais importantes exemplos dessa vertente literária.

No século XII, o trovadorismo inaugurou uma nova fase da poesia medieval em que o ambiente de cavalaria passou a dividir espaço com a figura da mulher. O trato refinado, os galanteios e o amor entraram em cena. Nesse mesmo contexto, o desenvolvimento das cidades abriu espaço para que o fabliaux surgisse como um tipo de literatura satírica para que as autoridades, senhores feudais e clérigos fossem criticados pela letra de seus vários autores.

Décadas mais tarde, vemos que o aparecimento das universidades também contribuiu para que vários estudantes concebessem paródias bem humoradas sobre os textos oficiais. Também conhecidos como “poetas goliardos”, esse escritores anônimos abusavam da irreverência para criticar os valores de sua época. “Carmina Burana” é uma das obras que melhor representa a ação crítica desempenhada por esses escritores do baixo medievo.

Alcançando o final da Idade Média, já podemos observar que os valores mundanos começaram a se contrapor à predominância dos valores religiosos. A preocupação dos intelectuais e artistas em pensar na condição humana trilhava os primeiros passos da Renascença. Entre outros exemplos, “A Divina Comédia”, do poeta italiano Dante Alighieri, e “O Romance da Rosa”, de João Menung e Guilherme de Lorris, identificam essa mudança de ênfase e tema.


A Igreja Cristã Ortodoxa e a arte sacra bizantina

Igreja Ortodoxa

A Igreja Ortodoxa é uma igreja cristã, considerada, com uma doutrina semelhante à da Igreja Católica, mas como o termo mesmo diz, possui uma doutrina mais reta, mais rígida. A ortodoxia é a corrente doutrinal que declara que representa a visão correta, fundada em princípios sistemáticos (metafísicos) e científicos. O contrário é a heterodoxia.

Os cristãos ortodoxos, por força da denominação, são os que professam toda a doutrina da fé cristã de acordo com o magistério da Igreja. Se apoderaram, porém, da designação da Igreja bizantina depois do cisma que os opôs a Roma (nos séculos IX e XI) ao se arvorarem em depositários da fé verdadeira em oposição à Igreja latina. Ficaram, por isso, a ser denominados ortodoxos os cristãos da Europa Oriental, que se mantêm separados da Igreja Católica Romana.

A Igreja Ortodoxa se vê como a verdadeira igreja criada por Jesus Cristo, além de não
reconhecerem o Papa como autoridade. Para os cristãos ortodoxos, como são chamados, não existe purgatório e não acreditam na virgindade de Maria após a concepção. Na Igreja Ortodoxa, os padres são liberados para o casamento, desde que este tenha ocorrido antes da sua conversão, e apenas os bispos são obrigados a manter o celibato.

No século XI, no ano de 1054, houve um cisma entre as Igrejas Cristãs, dividindo-as entre o Catolicismo, e Igreja Ortodoxa. Os cristãos ortodoxos não aceitam os dogmas católicos, e nem consideram válidos os sacramentos. A Igreja Ortodoxa chegou ao Brasil no ano de 1904, e a primeira instituição foi criada em São Paulo, em 1954.
A maior autoridade na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, desde a fundação até os dias atuais. As igrejas ortodoxas mais importantes são a Igreja Ortodoxa Grega e Igreja Ortodoxa Russa.


Arte sacra bizantina

A arte bizantina foi uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de varias fontes orientais, sendo assim preservada a cultura clássica greco-romana. Com essa mistura de etnias, foi possível associar todas as partes da cultura bizantina: como o idioma grego, a religião cristã, o direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquitetura de inspiração persa entre outros, formando assim um novo estilo de arte, rico na técnica e na cor.

Na maioria das vezes com relação à igreja cristã, o objetivo principal da arte bizantina foi representar por meio da arte a supremacia do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação da contemplação das coisas espirituais conseqüência dessa proposição. Podemos afirmar então que a arte bizantina está dirigida pela religião. O clero também organizava a arte, fazendo com que os artistas fossem meros executores de suas obras.

O imperador não só tinha poderes administrativos e espirituais, mas era também considerado o representante de Deus. Assim os artistas faziam a imagem dele com uma auréola sobre a cabeça, muito encontrado em mosaicos, onde imperador e imperatriz na maioria das vezes encontravam-se ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
A aparência grandiosa das figuras frontais, fortalecidas nas obras da arte bizantina, deu lugar a obras que além de se manter solenes e majestosas, eram mais vivazes e variadas.

Foi da arte bizantina que surgiu os modelos para toda a Idade Média. Nela também surgiu, pela primeira vez, representações das côrtes angelicais. Dentro dos templos, a arte representou uma teologia da imagem. Na parte interna, a arte pode ser concretizada através de pinturas, mosaicos e esculturas. A imagem bizantina foi um aumento do tempo do dogma e o progresso doutrinal através da doutrina da arte.  

Cruzadas

As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.
Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.   
Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.
Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. 
Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. 

Relação de todas as Cruzadas Medievais:

- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
- Primeira Cruzada (1096 a 1099)
- Cruzada de 1101
- Segunda Cruzada (1147 a 1149)
- Terceira Cruzada (1189 a 1192)
- Quarta Cruzada (1202 a 1204)
- Cruzada Albigense (1209 a 1244)
- Cruzada das Crianças (1212)
- Quinta Cruzada (1217 a 1221)
- Sexta Cruzada (1228 a 1229)
- Sétima Cruzada (1248 a 1250)
- Cruzada dos Pastores (1251 a 1320)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271 a 1272)
- Cruzadas do Norte (1193 a 1316)

Consequências 

Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. 
Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.



Curiosidade: A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.


Igreja Medieval

No ano de 391, a religião cristã foi transformada em religião oficial do Império Romano. A partir deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo. Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder. Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político), interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a sociedade (poder social). 

Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja. 

Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupava-se com as questões políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos pobres.

A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e interessante: a música. 


A Igreja Católica Atualmente 

Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais ricos, na luta contra a pobreza e a miséria. 

Sociedade Medieval e a Vassalagem e Suserania

Sociedade

A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal). 


Vassalagem e Suserania

Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano.
Havia uma cerimônia denominada "homenagem", que muitas vezes poderia acontecer dentro de uma igreja, para selar os laços entre vassalo e suserano. Na cerimônia, o vassalo se ajoelhava e colocava suas mãos entre as mãos do suserano (senhor), prometendo-lhe lealdade e fidelidade.
O rei, geralmente, era o suserano com mais poder na Idade Média, sendo que seus vassalos eram, principalmente, senhores feudais e cavaleiros. Estes senhores feudais e cavaleiros também possuíam vassalos, formando, na Idade Média, extensos laços de vassalagem.
Todo os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). Desta forma, num momento de guerra, milhares de guerreiros eram mobilizados. 
Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos conseguiram mobilizar milhares de guerreiros, para combater os muçulmanos na Terra Santa, graças as inúmeras relações de vassalagem e suserania que existiam na Europa Medieval.


Economia ruralizada na Idade Média?

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. Depois da queda de Roma, os ataques bárbaros provocaram a fuga da população para a zona rural em busca de proteção em propriedade de nobres (feudos). Esse fenômeno deu origem aos feudalismo. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Idade Média

 

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o período que parte da queda do Império Romano, até o surgimento do movimento renascentista. É durante o período medieval que se estabelece a complexa fusão de valores culturais romanos e germânicos. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O que era a política do Pão e Circo?

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta. Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano (para cada dia útil havia um ou dois dias de feriado). Os espetáculos que foram se desenvolvendo em cada uma dessas férias romanas, tinham sua origem na religião. Os romanos nunca deixavam de cumprir as solenidades, porém não mais as compreendiam e os festejos foram deixando de ter um caráter sagrado e passando a saciar somente os prazeres de quem os assistia.


A mulher no mundo Greco-Romano

A mulher no mundo greco-romano antigo, não tinham participação política, pois os únicos que tinham participação política eram os cidadãos, e poucos possuíam o título de cidadão, pois isso implicava em uma série de requisitos, entre eles, não ser estrangeiro e ter escravos para que o cidadão estivesse liberado das tarefas braçais para se dedicar aos assuntos políticos. Ou seja, estrangeiros  mulheres, escravos e crianças não eram considerados cidadãos. 

A mulher era vista com certo preconceito em relação aos homens, que as classificavam como um ser mais frágil, com a “função” de somente gerar filhos e dar continuidade à raça humana. Com ideais de liberdade trazidos pelos gregos, a mulher passou a viver uma situação diferente, demonstrando sua força na sociedade. Mudando a ideia de que elas sempre foram excluídas da sociedade e dos meios de conviveu em geral. Elas não tinham o direito de votar nas assembleias gregas e romanas que conduziam à política da sociedade, pois não possuíam a cidadania ativa.

Sendo suas únicas funções fornecer o prazer ao marido, gerar descendentes e os afazeres domésticos.
Salles (1987) dizia que havia três tipos de mulheres: as esposas, as concubinas e as prostitutas.
As esposas eram aquelas que ficavam restritas as famílias (gineceu). Assim não tinham contato com outros homens que não fossem de sua família. Sua tarefa era gerar e criar filhos legítimos e cuidar da casa.
Já as concubinas eram as mulheres que ajudavam os seus senhores nas tarefas diárias (escravas ou livres).
As prostitutas (cortesãs) também denominadas na época de “loba(s)” pelos romanos que visava satisfazer os prazeres, e assim “preservando” o casto das mulheres livres (esposas e filhas de cidadãos) em casas “licenciadas”, os locais que eram chamados de (lupanares).

Período Greco-romano



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O filósofo Marco Aurélio (121/180), sæc. II/III.
Do ponto de vista político, o continente grego 
afastou-se definitivamente do centro dos acontecimentos. Com o estabelecimento do Império Romano em -27, a Macedônia e os territórios da Grécia Continental
tornaram-se simples províncias romanas.


Foram os gregos que desenvolveram os Jogos Olímpicos. Aconteciam de quatro em quatro anos na cidade grega de Olímpia. Era uma homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputarem esportes como, por exemplo,natação, corrida, arremesso de disco entre outros. Os vencedores das Olimpíadas eram recebidos em suas cidades como verdadeiros heróis.

Na cidade, a medicina e o ensino da filosofia e da retórica, tão prezada pelos romanos, estava na mão de gregos (às vezes simples escravos); escultores de origem grega trabalhavam para patronos romanos; e os intelectuais romanos liam, falavam e escreviam fluentemente em grego. Os próprios imperadores romanos reverenciavam a antiga cultura grega: Nero (54/68), Adriano (76/138) e Marco Aurélio(121/180) foram os mais notáveis dentre eles.